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Dia Nacional da Igualdade Salarial: um compromisso que deve ser diário

 Dia Nacional da Igualdade Salarial: um compromisso que deve ser diário

Experiência do Colaborador, Liderança

Esta semana celebrámos o Dia Nacional da Igualdade Salarial, que pretende sensibilizar para a importância da equidade entre homens e mulheres no mundo do trabalho, continuamos a falar de desigualdade — apesar da evolução positiva observada nas últimas décadas.

De acordo com os dados mais recentes do Instituto Nacional de Estatística (INE, 2023), as mulheres portuguesas auferem, em média, 1.327,92€, ou seja, menos 242,20€ do que os homens (1.570,12€). Esta diferença é particularmente acentuada no setor dos serviços, onde o diferencial salarial atinge 324,2€, superando o verificado nos restantes setores de atividade económica.

Importa sublinhar que esta disparidade não se explica apenas por fatores como o tipo de emprego ou o número de horas trabalhadas, mas também por formas de discriminação indireta e por barreiras estruturais que continuam a dificultar o acesso das mulheres a cargos de liderança e a oportunidades de progressão na carreira.

Este “sentimento de injustiça” reflete-se igualmente na perceção dos colaboradores, como demonstram os resultados do European Work Survey 2024 da Great Place To Work®. Nas afirmações relacionadas com a justiça da política salarial (-4 p.p.) e com a distribuição dos lucros (-8 p.p.), as mulheres revelam uma perceção significativamente mais negativa que os homens.

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E as Oportunidades?

Quando não existem as mesmas oportunidades de reconhecimento ou de acesso a promoções, estabelece-se um ponto de partida desigual que tende a perpetuar a disparidade: menos oportunidades, salários mais baixos e menor possibilidade de progressão, resultando na manutenção das desigualdades.

Entre as mulheres, esta realidade é particularmente evidente. Apenas 28% consideram que o processo de promoções é justo e 33% referem ter oportunidades de reconhecimento especial. Verifica-se ainda a perceção de que o favoritismo tem um peso significativo nestes processos, contribuindo para a sensação de falta de equidade.

Salienta-se, ainda, que 60% das mulheres afirmam ser tratadas de forma justa, independentemente do género — uma perceção que é 8 p.p. inferior à registada pelos homens.

 

 

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Ao analisar a perceção dos colaboradores das Empresas Certificadas pela Great Place to Work® em Portugal no último ano, verifica-se que existem oportunidades de melhoria, embora se observe uma perceção mais positiva em todas as temáticas anteriormente avaliadas, tanto entre as mulheres como entre os homens.

Mantêm-se algumas diferenças de perceção entre géneros — com as mulheres a manifestarem uma visão ligeiramente mais crítica —, mas estas diferenças são agora significativamente menores. No que respeita à justiça na política salarial (-2 p.p.) e à repartição dos lucros (-1 p.p.), as perceções de mulheres e homens são praticamente equivalentes, refletindo um avanço consistente no sentido da equidade.

 

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Os diferenciais mais significativos observam-se, ainda, nas afirmações relacionadas com a atribuição de promoções (-5 p.p.) e com as oportunidades de reconhecimento (-4 p.p.). Apesar destes gap’s, a maioria das mulheres considera que a liderança atua de forma imparcial, não promovendo o favoritismo.

 

 

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É possível atingir a Igualdade Salarial em Portugal

Os resultados do Estudo Great Place To Work® demonstram que os questionários aos colaboradores das organizações Certificadas estão a evoluir no reforço da igualdade de género e da equidade interna, focando-se em políticas e práticas que asseguram processos de reconhecimento, progressão e remunerações mais justos e transparentes.

O Estudo também revela que as organizações ainda não Certificadas enfrentam desafios importantes neste campo — mas têm, igualmente, o suporte e as ferramentas necessárias para evoluir, através da análise de dados e insights disponibilizados pelo diagnóstico Great Place To Work®.

No contexto do Dia Nacional da Igualdade Salarial, esta informação torna-se particularmente relevante: permite compreender como as práticas de gestão e a cultura organizacional influenciam diretamente a perceção de justiça, reconhecimento e equidade no local de trabalho.

A igualdade salarial não é apenas uma questão económica; é uma questão de direitos humanos, justiça social e valorização do talento. Garantir que mulheres e homens recebem o mesmo salário pelo mesmo trabalho é reconhecer o valor, o mérito e a dignidade de todas as pessoas, independentemente do género.

 

6 passos para promover a igualdade salarial nas organizações

É essencial que as empresas assumam um papel ativo na construção de ambientes de trabalho mais justos. Eis alguns passos que podem fazer a diferença:

Realizar auditorias salariais regulares

Monitorizar e corrigir possíveis discrepâncias salariais internas, com base em dados concretos e critérios objetivos.

Promover transparência

Comunicar de forma clara os critérios de progressão, reconhecimento e remuneração, reforçando a confiança e o sentimento de justiça entre todos os colaboradores.

Formar líderes e gestores

Sensibilizar para preconceitos inconscientes e práticas que possam perpetuar desigualdades, capacitando as lideranças para promover uma cultura de equidade.

Reforçar a representatividade feminina em cargos de decisão 

Garantir que as mulheres têm acesso real a oportunidades de desenvolvimento e liderança, promovendo diversidade e inclusão ao mais alto nível da organização.

Fomentar uma cultura de equidade e reconhecimento

Valorizar o contributo de cada pessoa, criando políticas que promovam o bem-estar, o equilíbrio e a igualdade de oportunidades.

Realizar o Estudo Great Place To Work® 

Ouvir a perceção dos colaboradores e compreender os principais indicadores da cultura organizacional, ajuda a identificar estas e outras oportunidades de melhoria com base em dados comparativos e benchmarking com as melhores empresas do mercado.

O Dia Nacional da Igualdade Salarial é um lembrete de que a transformação cultural e organizacional acontece todos os dias — e começa dentro das empresas.


Ao promover a equidade e transparência, as organizações tornam-se verdadeiros Great Places to Work®: espaços onde o talento cresce, a confiança se fortalece e a justiça se pratica.

 


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